Não confundamos o título deste post com o nome da obra de uma certo Erasmo de Roterdão, humanista cristão do séc. XVI. O "Elogio da Loucura", escrito pelo dito humanista, lançava uma crítica sobre a sociedade da época e dela retive , depois de todos os grupos sociais terem sido postos a nu, a seguinte afirmação: " E, deste modo, sem receio do tédio da vida, passam as horas, os dias, os meses, os anos, os séculos." (Elogio da Loucura, 1511).
Ora, sem receio do tédio da vida, limitada sem o saber, assim passa as horas, os dias, os meses, os anos (esperemos que não os séculos), a maior parte da população portuguesa. Ser-se ignorante é motivo de orgulho. A " Bela e o Mestre" - programa a que o Red Eagle já aqui fez referência e que considero uma aberração televisiva - é um bom exemplo disso. As empresas de comunicação social buscam audiências (fonte de lucro em termos publicitários), logo, só se servem os "pratos" que a malta come. E o que é facto é que ser burra e bela, submetida a um mestre de canudo, mas não menos incompetente, serve dois fins - a manutenção da já velha, mas sempre agradável ideia da inferioridade intelectual da mulher em relação ao homem; a confirmação de que ser-se ignorante é bom, dá acesso ao estrelato, à fama pela estupidez.
Elogio, pois, não apenas dos que fazem programas deste género (o poder político agradece), mas sobretudo os que a eles assistem e confirmam - ser ignorante e o que está a dar.
1 comentário:
Só me apetece chorar! Esta é uma sociedade esquisitóide com laivos de avestruz.
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