Muitas vezes, devido a sistemas de valores que nos foram inculcados e que estão completamente ultrapassados em face da realidade social em que vivemos, somos levados a considerar algumas profissões menos importantes do que outras. Assim, se vos for dado comparar o coveiro do cemitério com o administrador do Banco de Portugal, creio que num primeiro instante todos dirão que não há comparação possível e que o tal administrador é muito superior ao coveiro. Será? Depois, bem pensada a coisa, até serão capazes de dizer que ambos são necessários para o bem da sociedade. Será? Em última análise e já desesperados, terão de admitir que não é qualquer um que tem estofo para enterrar mortos e que esses até têm mesmo de ser enterrados por uma questão de saúde pública e que, afinal, o tal do administrador do Banco de Portugal, desde que bem relacionado e instalado no partido certo, podia ser qualquer um. É claro que, de seguida, virá um outro argumento clarificador - o curso, a licenciatura, o coveiro não é licenciado, não tem canudo e o outro, o administrador, tem 4 licenciaturas, 17 pós-graduações e não sei quantos mestrados e doutoramentos. E depois? Poderá desempenhar péssimamente o seu cargo, poderá ser apenas uma figura de capa de revista, uma figura transitória nas nossas vidas pouco esclarecidas. O coveiro, esse, anónimo e desprovido de qualquer licenciatura, sem dignidades e sem os holofotes da comunicação social, continuará a deitar-nos a cal em cima e a levantar-nos os ossos.
A mim tudo me acontece. Aqui vou contar os episódios mais recambolescos da minha vida, bem como os pensamentos e teorias mais idiotas que me ocorrerem. Tudo aqui será debatido e escalpelizado, com rigor e isenção.
quarta-feira, novembro 28, 2007
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2 comentários:
então para de escreve besteira (uma das maiores que já li...) e vai ser coveiro...
ah, comparar um médico neurocirurgião com uma peticure é um ótimo exemplo de insanidade.
Abraços e vai ler mais antes de escrever...
Meu caro anónimo
Não vejo a razão da chamada de atenção para o facto de ter escrito "besteira".
No entanto agradeço o facto de considerar "insanidade" o que aqui escrevi. É esse tipo de reforço positivo que me motiva a continuar a escrever
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