terça-feira, abril 12, 2011

Mestre em trabalhos ocultos

Já lá vai o tempo em que ser professor era sinónimo de boa vida, embora nunca o tenha sido realmente (mas isso é outra história). Hoje em dia, as exigências de profissionalismo docente são cada vez maiores, abarcando áreas nunca antes vistas, como sejam: ensinar a dizer "bom dia", "obrigado", "arrotar ou dizer palavrões na sala de aula é feio", "não, Lisboa não é um continente e não percebo nada de gamanços nos comboios da linha de Sintra".

Paralelamente a uma formação adequada em psicologia educacional e criminal, bem como em assistência social e técnicas de auto-defesa, os professores têm, agora, de desenvolver mestrias no âmbito da parapsicologia. É verdade! Trata-se de uma nova exigência do Ministério da Educação. Eu explico: todos os alunos que excedam o número de faltas injustificadas permitidas por lei, devem ser submetidos a um plano individual de trabalho (PIT). Ora tratando-se de alunos que nunca meteram os pés na escola, tal é a balda, deverá o professor, mesmo sem o conhecer (não importa que esteja preso), elaborar o tal PIT para a criatura. Objectivo: sucesso burocrático (quantos mais papéis, melhor).

Assim, todos os professores estão a receber formação em "Arte de trabalhos ocultos", formação essa que conta com grandes mestres como o professor Caramba e Mamadu. Uma nova competência que permite aos docentes entrar em contacto, por via astral ou de uma bola de cristal, com os jovens que não metem os pés na escola.

Ainda dizem que os professores portugueses não valem nada. Só más línguas...

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