segunda-feira, novembro 17, 2008

Fado: vinho ou tristeza

Noites atrás foi me dado a provar um novo nectar dos Deuses. Como grande apreciador das libações a Dionísio e a Baco que sou, não me esquivei a essa experiência que seria provar um novo vinho.
O objecto da prova foi um vinho Alentejano de seu nome Fado.
Ao inicio achei estranho a associação do nome fado a um vinho, mas após o primeiro gole percebi a razão desse nome. O fado é a triste sina dos portugueses, é bucólico, sentimentalista e triste. Assim que coloquei na boca o primeiro gole, também percebi que esse vinho apelava ao sentimento e se me marejavam os olhos de lágrimas de dor e contracções de angústia estomacal. Tenho sérias dúvidas que a diarreia que sinto neste momento não sejam motivadas pelo nectar bebido dias atrás.
É um vinho único, pois dá vida aos mortos e mata os vivos.
Ao pé deste vinho, qualquer Casal da Eira da embalagem de cartão é um vintage de elevada qualidade.
E para o caso de quem lê este pasquim se questionar porque este vinho apela ao sentimento, eu afirmo que assim que bebi um gole do mesmo senti forte sentimento saudosista de muitos outros vinhos que já bebi. É um vinho bucólico porque não é sem mágoa que afirmo o que escrevi anteriormente sobre um vinho alentejano cujo liquido sou grande apreciador em qualquer circunstância.
Recomendo vivamente este vinho a quem não tiver dinheiro para ir à GALP com o carro, a quem tiver canos entupidos ou a quem precisar de retirar verniz de peças de mobilia, porque nem ao pior inimigo se oferece uma zurrapa destas.

E como dizem por aí

Bonjour para ti também
...mas o jacuzzi é meu

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