sábado, setembro 29, 2007

Macho Man

Calha bem, aqui, recordar um dos maiores clássicos do imaginário macho...se é que existe tal coisa. Existe pois, embora não saibamos muito bem quem lhes mete essas tretas na cabeça (ou será congénito?). O conceito de virilidade tem sido amplamente explorado ao longo dos tempos e, verdade seja dita, não varia muito de cultura para cultura. O resultado é deplorável, mas digno de uma boa gargalhada. Recordemos pois, esses monstros sagrados da macheza.


Sensual combat

quinta-feira, setembro 27, 2007

Comportamento humano - II

Ainda e sempre o supermercado, a catedral do consumo onde por força da minha condição sou obrigada a entrar.
Estou numa fila para a Caixa e chegou a minha vez de pôr no tapete rolante os pensinhos e o detergente que comprei. Como sempre distraída estou a milhas de distância, numa qualquer praia de areia branca à procura de caranguejos desprevenidos, quando oiço atrás de mim uma troca de palavras indignadas que, aos poucos, começam a formar sentido: É uma vergonha. Não há respeito nenhum. A senhora tem todo o direito de passar à frente! Voltei-me para trás para ver o que se passava e dou com uma senhora, derreada com uma criança ao colo e...meu Deus...uma fila de gente a comentar e a olhar para mim de soslaio. Num impulso, dirigi-me àquela gente e disse: Não tenho olhos nas costas, deviam ter-me avisado. Acrescentei, claro, para a mãe sobrecarregada: Passe, passe. Devia ter-me chamado a atenção. Mais atrás, o marido, avança também e diz-me: Para quê? As pessoas ainda ficam ofendidas se pedirmos.
Ao que isto chegou! Dizem que somos um animal social, mas na prática somos de um individualismo comparado ao dos hamsters. Não há como esperar mudanças, progressos, revoluções, quando o homem se limita ao tímido protesto nas situações mais banais e se resigna ao não cumprimento dos seus direitos.

O comportamento humano - I

O comportamento humano é um dos mais fascinantes do reino animal, especialmente quando somos capazes de nos distanciar e de observar friamente as diversas atitudes que adoptamos quando nos relacionamos, por força das circunstâncias, com desconhecidos. Um dos melhores ambientes para este tipo de observações é o dos supermercados, em especial à hora de ponta, altura em que se acumula a clientela em torno do balcões do talho, da peixaria e se formam aquelas enormes filas para as Caixas.
De há alguns anos para cá, foi adoptado o sistema de senhas para evitar os atropelos mas, mesmo assim, assistem-se ainda a valentes discussões na hora do atendimento:
- cada vez que se ouve o beep-beep a anunciar uma nova senha, olhos ansiosos verificam o seu número; alguns ficam desalentados e suspiram, disfarçando a frustração com mais um olhar para as peças de carne. Número 67...quem tem o 67? diz o talhante vestido de paciência. Nada. O 68? Esbaforida, bufante na sua gordura imensa, a mulher avança decidida... Ora sou eu, o 68. Veja-me aí esse pedaço de entrecosto. É interrompida pela voz esganiçada de uma outra que se aproxima, vinda sei lá de onde, com uma lata de feijão na mão: Eu tenho o 67, o 67...já passou a vez? pergunta desconsolada. O talhante, desinteressado da gorda do entrecosto, afirma que não, que há tolerância de números. Parece impossível, diz a gorda de cara virada para o cliente do lado, tinha obrigação de estar aqui à espera como os outros. A outra ouve e replica: Ó minha senhora, fui só buscar uma lata de feijão... Pronto, estava o caldo entornado! A gorda reage, mas sem encarar a sua interlocutora profere altivamente um Não estava a falar consigo! Burburinho no amontoado de gente. Aqui e acolá ouve-se: Já não há respeito...;Porque não se deixou ficar na fila como os outros?!...; Andem lá com isso! O talhante, de cutelo na mão, talvez mortinho por acabar com a briga a golpes, impõem-se sonoramente, agarrando o pedaço de entrecosto: Vai assim, minha senhora, ou quer que o parta? E, virando-se para a da lata de feijão diz, num tom mais baixo: Já a atendo a seguir. Estava pacificada a multidão. Ora sabendo eu que profissionais de supermercado são mais do que mal pagos, senti por este uma simpatia e admiração imensas. Afinal, sem canudo ou título de doutor, revelou toda a sua mestria em psicologia de massas.

terça-feira, setembro 25, 2007

Rapidez no serviço

Estava muito bem a almoçar o restaurante quando me apercebi duma situação caricata. Ao fim de um bocado de estar sentado, na mesa do lado alguém se senta e pede como refeição um prato do dia.
O empregado dirigiu-se à cozinha e fez o pedido. Logo quase a seguir, em outra mesa, alguém faz o pedido ao mesmo empregado mas acrescentou no final do pedido a palavra "Rápido".
E não é que resultou?
O empregado dirigiu-se mais rápido à cozinha para entregar o pedido.
Posto isto especulo o seguinte: se eu tivesses pedido e acrescentado "rápido, rápido" será que ele ia a correr?
Quantas palavras "rápido" serão necessárias para transformar um humilde empregado de mesa num recordista dos 100 metros barreiras?
Por outro lado estou com vontade de amanhã tentar chegar lá por volta do meio dia para fazer um pedido e acrescentar no fim "mas devagar, muito devagar".
Com um bocado de sorte lá para as duas começava a comer e engatava o esquema todo no restaurante.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Afinal há esperança!

Não gosto de filmes domingueiros e digo-o de caras. Raramente ligo a televisão nas tardes de fim-de-semana, excepto se for para espreitar um ou outro canal verdadeiramente didáctico porque, filmes "para a família"...não, obrigada. Poderia explicar aqui o porquê de não achar nada de lúdico e/ou educativo em filmes com muito sangue, carros partidos e sexo, mas acho que, quem tenha dois dedos de testa e crianças em casa, encontrará facilmente dentro de si essa explicação. Contudo, este fim-de-semana, fui literalmente apanhada de surpresa! Foi no Sábado, se não me engano. Tive um repentino ataque de pasmaceira e liguei a televisão, já não sei se na SIC ou na TVI. Anestesiada pela indolência, deixei-me embalar por um filme supostamente para adolescentes do sexo masculino, daqueles para rir mas sem terem piada nenhuma. Mas...eis que se dá o milagre - quando já nada esperava daquele filme e começava a sentir os seus efeitos imbecilizantes, assisto a um dos mais profundos, grandiosos e realistas diálogos cinematográficos.
A cena decorre num autocarro, onde duas passageiras - uma jovem, desiludida por ter sido enganada; outra mais velha, cheia de sabedoria - começam a conversar. A jovem desabafa e diz: Os homens são todos iguais. A mais velha concorda. Então não há esperança? pergunta a mais nova. , diz a mais velha, mas funciona a pilhas.

domingo, setembro 23, 2007

Despertar matinal

Não há nada melhor que acordar, após uma noitada em que me deitei às cinco da manhã, que uma boa e saudável gritaria infantil duma "pirralha" de 2 anos.
Dormir para quê?
A cabeça a doer é mera impressão e este mau feitio todo por ter acordado assim tão suavemente também vai passar... Ou então não....
O estomago embrulhado possívelmente é da salada de alface que tive de comer. Quem me conhece sabe que verde não é comigo, como bom benfiquista que sou. E as palpebras pesadas deve-se ao facto de que tenho pestanas maiores e fazem mais peso.
Se alguém julgar que há ressaca nisto, não só desminto, como afirmo que é uma injuriosa calúnia. Devia era haver uma coisa qualquer (tipo comando de televisão ou algo do género) que permitisse programar as horas a que as crianças acordam.
Se há aparelhos para gravar programas televisivos, ou programas de rádios onde se programa a hora a que funcionam, porque não o há para o acordar e deitar das crianças.

Não consigo é esquecer que acordei demasiado cedo por causa duma.
Como é bom as crianças. Ainda dizem que são o melhor do mundo....

sexta-feira, setembro 21, 2007

Morrer a subir de bicicleta

Hoje voltei a ir pedalar um pouco. Tive a triste ideia de ir até ao parque das nações de bicicleta. Que ideia mais idiota. O pior foi depois o regresso, onde após ter andado a pedalar pelo parque das nações a fazer "piscinas" ao longo do parque, onde um dos extremos chega a sacavém e o outro quase que toca no beato.

O regresso é que foi o pior. Subir a Avenida Marechal Gomes da Costa de bicicleta não é para qualquer um. A meio de caminho já os olhos me saltavam da cara e a língua arrastava pelo alcatrão da estrada.

E os pulmões? Esses nem cabiam dentro da caixa toráxica.

Há relatos que indicam que comecei a subir com uma cor arroseada e terminei a subida numa cor algures perto do roxo no espectro das cores.

Sei que não estava morto porque é impossível um morto sentir o que eu sentia. Os olhos saltavam-me das órbitas, a respiração estava descontrolada, o coração batia desordenadamente, ....

CONCLUSÃO: O ciclismo é um desporto perigoso.

quarta-feira, setembro 19, 2007

A vida aos 10 anos - O que mudou entre duas gerações

Recebi este texto no mail, relativamente às minhas teorias sobre a Heidi e o Marco, e achei tanta graça que resolvi colocá-lo aqui.

A VIDA AOS 10 ANOS - O QUE MUDOU ENTRE DUAS GERAÇÕES

GERAÇÃO HEIDI
1. Têm hoje 30 anos, ou à volta disso. Chamavam-se Anas Tudo (especialmente Cristina, Paula, Filipa, Rita ou Sofia). As outras eram Carla, Sandra ou Sónia. Os rapazes eram João Tudo (especialmente Pedro, Nuno ou Paulo) ou Luis Miguel.

GERAÇÃO POKÉMON
1. Têm hoje dez anos, ou à volta disso. Chamam-se Joana, Inês e Filipa. Ou, então, Mariana, Marta, Madalena ou Rita, sem falar na Cátia e na Vanessa, claro. Os rapazes são André, Tiago, Bernardo, Fábio ou Marco.

HEIDI
2. Muitas mães eram domésticas, e levantavam-se mais cedo para enfiarem almôndegas à força nos termos da escola. As que não eram, andavam muito ocupadas nas manifestações e davam dinheiro para comer na cantina.Principal preocupação dos pais:que os filhos dessem em doutores.

POKÉMON
2. As mães trabalham até às oito da noite, passam duas horas paradas no tabuleiro da ponte a ouvir a rádio nostálgia ou a pensar na vida e sabem que descongelar é uma arte. Principal preocupação dos pais: que os filhos não deiam em drogados.

HEIDI
3. Papa de qualquer coisa, se possível com leite gordo e muito açúcar, ou então café com leite. Lanche: uma carcaça mole ensopada em doce de morango. Comida da cantina: carne assada com massa, frango com massa, bife com massa e jardineira.

POKÉMON
3. Pequeno-almoço: qualquer coisa que tenha 'crocante' e 'brinde' escrito no mesmo pacote. Lanche: donuts, batatas fritas, tiras de milho frito ou snacks de chocolate. Comida da cantina: carne assada com massa, frango com massa e bife com massa.

HEIDI
4. Levava-se para a escola: uma mochila verde tipo tropa com fechos de cabedal que encaracolavam no segundo dia e com inscrições dos grupos favoritos: Duran Duran, Spandau Ballet... Havia uma régua espetada nos dias das aulas de desenho. Pesavam toneladas.

POKÉMON
4. Levam para a escola uma mochila de rodinhas. Ou, então, mochilas impermeáveis de marca, pretas ou azuis escuras. Continuam a pesar toneladas.

HEIDI
5. Não se conseguia encontrar os livros escolares. Estavam sempre esgotados porque eram os mesmos para toda a gente. Havia quem os forrasse para passarem para o irmão mais novo no ano seguinte. Na papelaria da esquina comprava-se uma embalagem de marcadores, 1 afia, 1 borracha, 1 caneta, 1 esquadro, e era suposto que dessem para o ano todo.

POKÉMON
5. Em Setembro vão ao corredor do hipermercado que diz 'Regresso às Aulas' e compram milhares de canetas, aguarelas e lápis de cera. Têm coisas sofisticadíssimas dentro do estojo, principalmente as meninas: borrachas com cheiro a tangerina, elásticos e fitas de cabelo, autocolantes minúsculos e pulseiras.

HEIDI
6. Na ginástica, usava-se sapatilhas brancas e fatos de treino azuis-escuros, encarnados ou verdes com uma risca branca e uns fechos muito desconfortáveis que faziam uma marreca à frente.

POKÉMON
6. Na ginástica, as meninas vestem tops e calças de lycra. Os rapazes, calções. Ambos: ténis com sola fluorescente e que não digam 'made in Indonesia'.

HEIDI
7. Nas aulas: faziam-se cadernos de autógrafos a dizer: 'Nas ondas do teu cabelo, ensinaste-me a nadar / Agora que estás careca, ensina-me a patinar.' Passavam-se papelinhos. Nas férias: iam para casa dos avós ou eram deixados à balda.

POKÉMON
7. Nas aulas: jogam Gameboy e mandam mensagens pelo telemóvel. Nas férias: vão para campos de férias moer o juízo dos animadores ou passam 15 dias em Inglaterra a estudar inglês. Os mais sortudos vão para casa de um amigo.

HEIDI
8. Vestia-se: o que viesse à mão. Blusas verde-eléctrico com golas de bico, calças de bombazina com joalheiras. As meninas podiam ter aplicações de malmequeres de pano, vestiam saias de pregas sem nenhuma forma e sapatos rasos com lacinhos. Ambos: pullovers às riscas, camisolas tricotadas pelas mães dois números acima, kispos (que deviam durar quatro anos, no mínimo), galochas amarelas e botas caneleiras. Não havia Zara. Era normal ser-se muito feio com 10 anos.

POKÉMON
8. Ambos vestem calças e sweatshirts com tshirts por baixo, e ténis de camurça. As meninas usam brincos, pulseiras, borboletas autocolantes para espetar no pescoço, molas, ganchos, malinhas, gel fluorescente. Há calças especiais para meninas, mais justas em cima. Todos os anos (algumas todos os dias) têm roupa nova. Não é suposto andarem andrajosos, nem no recreio. Conhecem as tendências internacionais. Há marcas que usam e outras que só por cima do seu cadáver. Dois anos depois, tornam-se dread.

HEIDI
9. Trocavam-se cromos das maravilhas da Natureza, da Kate Greenaway ou da caderneta do Benfica.

POKÉMON
9. Trocam-se cartas do Pokémon e brindes dos pacotes das batatas fritas.

HEIDI
10. Em casa brincava-se: às bonecas, aos carrinhos e com bonecos dos estrumpfes. Jogava-se ao Jogo da Glória e ao Monopólio. Batia-se nos irmãos. Com os amigos, andava-se de skate, jogava-se ao elástico, ao bate-pé e quarto-escuro. Alguns ficavam na rua a tarde toda a jogar à bola e a andar de bicicleta.

POKÉMON
10. Quem pode, joga computador e fala num chat da Internet até às quatro da manhã. Vê-se televisão. Bate-se nos irmãos. Nunca se brinca na rua porque se pode ser raptado por um pedófilo. O tempo que não se está na escola, está-se no inglês, na natação, no taekondo, no kickboxing ou, então, em casa a olhar para o ar.

HEIDI
11. Lia-se: 'A Condessa de Ségur', os Cinco, as Gémeas no Colégio de Santa Clara e a Patrícia. A Mónica, a Mafaldinha e o Astérix. Os rapazes liam o Michel Vaillant.

POKÉMON
11. Lêem: a colecção Uma Aventura e outros autores portugueses. Os Arrepios. O Clube das Amigas. Os mais intelectuais já se atiraram ao Harry Potter.

HEIDI
12. Na televisão via-se a Abelha Maia, a Água Viva e o Espaço 1999 (em reposição contínua), o Vasco Granja com desenhos animados checoslovacos que ensinavam a atravessar a rua, a Pantera Cor-de-Rosa e o professor Baltazar. Aos domingos, o Júlio Isidro, o Sítio do Picapau Amarelo, Dallas, o Homem da Atlântida, os Marretas e os Anjos de Charlie.

POKÉMON
12. Na televisão vêem: tudo o que os adultos vêem. Filmes de terror e desenhos animados (às vezes são a mesma coisa). O Ranger do Texas, o Querido Professor, o Zip Zap e os programas de videoclips. Há quem ainda veja o Batatoon por saudades, embora não confesse, e quem tem TVCabo ainda vê o Cartoon Network e o Panda. Muitos têm toneladas de cassetes com filmes da Disney.

HEIDI
13. No cinema: 7 Noivas para 7 Irmãos, a Sissi, ET, a Música no Coração pela 2934848 vez e Os Malucos em várias fases da sua existência.

POKÉMON
13. No cinema vêem: O Professor Chanfrado, Missão Impossível e tudo o que tenha um carro a perseguir um camião (os rapazes) e Tom Cruise a perseguir quem quer que seja (as meninas). Ofendem-se quando os querem levar aos desenhos animados, embora depois gostem.

HEIDI
14. Ídolos: o Chalana, os Queen, Duran Duran, Bruce Springsteen, Brian Adams, Sheena Easton, Bob Geldof.

POKÉMON
14. Ídolos: o Figo, os Anjos, os d'Arrasar, o Miguel e o André. Também há a Britney Spears e a Jennifer Lopez, os Backstreet Boys e todas as bandas de adolescentes que pareçam agricultores suecos do séc. XVIII.

HEIDI
15. O que se vai recordar: esfregar a sola dos sapatos novos no passeio. A bola da comida de termo no prato. Verdade ou consequência. Os Porcos no Espaço. A tiara de lata da Supermulher, as barbatanas entre os dedos do Patrick Duffy. Os pacotes de rebuçados.

PÓKEMON
15. O que se vai recordar: ainda não se sabe. Embora alguns falem no cheiro dos ténis do irmão.

terça-feira, setembro 18, 2007

Miratécnica



As horas que eu passeio quando era miúdo à espera que esta imagem desaparecesse do televisor, para eu puder ver o Vasco Granja, ou melhor, puder ver os desenhos animados que o Vasco Granja apresentava.
Hoje em dia os miúdos já não têm um Vasco Granja que lhes apresente os desenhos animados, e o insulte para que ele desapareça da televisão para podermos ver a Pantera Cor-de-Rosa.
Hoje até já há canais só de desenhos animados....
Onde está a tradicional espera às 17 horas que a emissão comece para podermos ver alguma televisão?

segunda-feira, setembro 17, 2007

Cardápio de avião

Esta aconteceu-me quando fui na viagem para a Republica Dominicana no avião, na viagem de ida. Ia sentado ao lado dum senhor de roupa preta, com uma biblia ao colo e uma ou duas revistas de "A sentinela" ao lado.
Logo no inicio da viagem (e que ainda seria longa, pois são nove horas) vem a hospedeira que pergunta o que queremos beber. Como bom alentejano pedi um copo de vinho tinto de Borba. A hospedeira perguntou ao passageiro ao meu lado se queria beber alguma coisa.
Ele respondeu: "Prefiro ser raptado e violado selvaticamente por uma dezena de putas da Babilónia antes que uma gota de álcool toque os meus lábios".
Aqui fiquei lixado com um F muito grande.
Eu não sabia que se podia escolher!!!
Nunca um copo de vinho me soube a tão pouco.

sábado, setembro 15, 2007

A disfunção social nos desenhos animados

Apesar de ter falado nos ultimos dias na Heidi e no Marco, deixem-me dizer que as disfunções sociais nos desenhos animados, ainda hoje perduram. Temos dois exemplos actuais desta disfunção: o Noddy e o Bob o construtor.

O caso do Noddy é no mínimo estranho, pois trata-se de um miúdo que anda num carro cuja buzina é um irritante quá, quá, (nem sequer buzina normal o carro têm) e anda sempre na companhia duma ursa (que acho que ele tenta comer, mas não consegue pois a ursa deve ser lésbica).

Aqui até há um paralelismo com o Marco, que também andava sempre com um macaco e eram ambos muito chegados (e aqui o chegados é mesmo o termo certo).

No caso do Bob o construtor, é um pouco menos complexo. Apenas se trata de uma má escolha do nome. Bob o contrutor, parece mais nome de actor porno que de desenho animado. Até parece que estou a ver a sinopse "Filme as Enfermeiras e desvairadas, com o Bob, o construtor. Elas estão desviaradas, mas ele vai-lhes construir a satisfação..."

sexta-feira, setembro 14, 2007

Outra vez o Marco

Falei do Marco como aspecto comercial e que foi um sucesso, mas socialmente acho que esses desenhos animados tal como a heidi foram uma má influência.
Vejamos os seguintes aspectos:
- a mãe foge para a Argentina e deixa para trás um marido e dois filhos;
- o marido não consegue sustentar a família o que leva a esposa a ir procurar melhor vida;
- um miúdo pequenito têm de deixar a escola para ir trabalhar.
Tendo em conta que actualmente grande maioria das cidadãs da América Latina vêm para a Europa em busca de uma vida melhor e acabam a grande maioria em casas de reputação duvidosa, e que na altura a que a história decorre muitos iam para a América Latina em busca duma vida melhor, não é muito difícil somar dois mais dois e ver onde foi parar a mãe do Marco. Depois outro mau exemplo é o facto do pai dele não fazer a ponta dum corno, pois só assim se justifica que a mãe tenha abalado para a Argentina.
É mais ou menos como actualmente onde os cidadãos da América Latina ficam por lá, enquanto elas vem ganhar dinheiro para cá.
Esta personagem (o pai) é de uma riqueza muito grande pois se for dissecada por duas pessoas diferentes é provável que se chegue as duas conclusões diferentes:
- se for um psicólogo, é capaz de dizer que ele estava desempregado, com isso ganhou uma depressão, e que isso pode ter até afectado a vida sexual dele causando-lhe uma impotência;
- se for um gajo como eu, é capaz de dizer que na verdade o pai do Marco era um grande calão, não queria fazer nada e por isso é que não sustentava a família. Família essa em que ele arriava forte e feio quando ele chegava a casa após uns copos para afogar as mágoas.
Eventualmente foi um misto das duas onde a impotência dele levou a que a mãe fugisse para a Argentina à procura da carne que não conseguia ter em casa (daí a fama da carne argentina).
Por outro lado temos um menino carente de afecto (o marco) que têm de procurar emprego para tentar ir buscar a mãe, que a meio da história veio-se a saber estava enferma na Argentina (provavelmente sifilis, que na altura era mortal) e não tinha dinheiro para regressar.
Esse mesmo Marco escolhe por companhia um pequeno macaquito (o Amadeo) para seu amigo e confidente.
E tendo em conta que o macaco só se sentava no ombro do Marco e leva o resto do tempo de rabo para o ar desconfio que o Amadeo consolava o Marco de várias maneiras.

Resumindo, estes desenhos animados eram uma podridão social...

quinta-feira, setembro 13, 2007

O Marco

Ontem falei da Heidi, hoje trago outro caso de sucesso empresarial. Todos nos lembramos dos desenhos animados dum miúdo em Génova que a mãe tinha ido para a Argentina para ganhar mais dinheiro.
O seu nome Marco. É claro que muitos ainda nos lembramos da música "Vais-te embora mamã, não me deixes aqui, ..."
Apesar de ser uns desenhos animados para crianças na realidade, estes desenhos animados foram uma das grandes obras de marketing em Portugal.
Se não sabem, eu passo a explicar. Quem nunca chorou com a história do pobre rapazinho que andava à procura da mãe?
Há toda uma geração (à qual eu pertenço) que chorou copiosamente com estes desenhos animados e o sofrimento que ele inflingia nas criancinhas na altura. Mas para quem não se lembra eu recordo que estes desenhos animados eram patrocinados por marcas vendedoras de lenços de papel. E quanto mais as crianças choravam mais as empresas facturavam. Por isso é que estes desenhos se fartaram de repetir e até chegou a haver colecções de cromos, cujo impacto lacrimal não só era o mesmo como ainda era maior.
As crianças choravam pela história do Marco e choravam pelos cromos que eram difíceis de sair e que ninguém conseguia obter.
Era um especie de dois em um. O maquiavelismo das empresas dos lenços de papel na busca incessante do lucro levo-as a fazer com que fosse editado um LP com as músicas do Marco, cuja reprodução no gira-discos dava igual direito a lágrimas (sei de um rapaz que punha o LP com as músicas do Marco, e chamava os vizinhos para verem a irmã mais nova a chorar).

quarta-feira, setembro 12, 2007

A heidi


Todos falam de como tu era bom antigamente, como as coisas eram mais inocentes, mas eu discordo muito disso.
Vejamos um exemplo clássico: a Heidi.
Todos (Todos??? Não, só os quotas que tenham 30 ou mais anos actualmente) nos lembramos desses desenhos animados. Mas hoje após este anos todos não sei se haveria tanta inocência assim nesses desenhos animados.
Senão, a Heidi vestia de vermelho. O facto de andar sempre vestida de vermelho é no mínimo suspeito. Aposto que ela aprendeu esses hábitos de vestuário com a sua companheira de bordel a Capuchinho Vermelho (essa inocente criatura que quer que o lobo a coma).
O melhor amigo dela chama-se Pedro e andava sempre no meio das cabras (se calhar o ordenado dele como pastor não dava para frequentar a casa da Heidi).
E avô? Como é que ele sustentava aquela gente toda? Só com a reforma? Ou será que tinha uma plantação de canabinóides na chapada da encosta, voltada para o sol?
A minha alma romântica prefere pensar que ele tinha uma refinaria de cocaína, afinal a história da Heidi passava-se na Suiça e sempre desconfiei da cor branca do chocolate.
O chocolate é castanho, não é branco.
Não sei se nos dias de hoje com os casos que há nos jornais de pedofilia se seria possível À Heid andar vestida de vermelho e viver com um velho de barbas (que por sinal não seria o Pai Natal).

terça-feira, setembro 11, 2007

Vodafone


Toda a gente refila da função publica, mas esta não aconteceu numa repartição publica, parece mas não foi.
Tive um problema com a minha placa 3g e dirigi-me à Vodafone no Oriente para tentar resolver o problema.
Como o horário de abertura é às nove da manhã, às 8h50 já lá estava à porta. Aqui deixo uma palavra de apreço ao funcionário que abriu a porta, foi pontual.
Dirigi-me para a máquina das senhas e retirei a respectiva senha. No atendimento chegaram dois funcionários.
Um começou a chamar só às 9h05 (não, infelizmente não fui o primeiro), o outro esteve cerca de 20 minutos a olhar para o monitor, e um situação da treta onde era suposto demorar 2 a 3 minutos que era deixar a placa 3g para reparação fez com que eu saísse da Vodafone só à 9h35m.
Entretanto havia mais "fregueses" como eu, mas adorei ver a passividade com que estupidamente se perdeu meia hora (havia mais 10 postos de atendimento, obviamente vazios) e que se fosse num serviço publico ao fim de 5 minutos estava tudo danado, a assoprar, a bufar de raiva, a destilar bílis, desejando de ser atendidos para poderem pedir o livro amarelo para reclamar.
Pois é, não é só nas repartições públicas que se espera...

segunda-feira, setembro 10, 2007

Definição de esposa

Esposa é aquela pessoa amiga e companheira, que está sempre ali, ao seu lado, para ajudá-lo a resolver os grandes problemas que você não teria se fosse solteiro

domingo, setembro 09, 2007

Relato de merda

Recebi este texto no mail e como me identifico com ele (já me aconteceu uma situação semelhante) resolvi colocar aqui.


Quem já teve uma dor de barriga, sabe como é... esta é uma simples história que poderia ter acontecido contigo...










Aeroporto de Lisboa,
15h30m Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal,
mas nada que uma cagadela não aliviasse.
Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o voo para Estocolmo, resolvi segurar as pontas
"Afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem. Ao chegar lá, tenho tempo de sobra para dar uma cagadela tranquilo".
O avião só sairia as 16h30m.
Entrei no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no wc do aeroporto.




Virei-me para o meu amigo que me acompanhava e, subtilmente, disse-lhe: "Fogo, mal posso esperar para chegar ao aeroporto porque preciso largar a farinheira."
Nesse momento, senti o cagalhão a beliscar as minhas cuecas, mas pus
a força de vontade a trabalhar e segurei a onda.
O autocarro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz disse pelo altifalante:
"Senhoras e senhores, devido ao muito trânsito, a nossa viagem até ao
aeroporto levará cerca de 1 hora".






Aí o cagalhão ficou maluco e tentou sair a qualquer custo! Fiz um esforço hercúleo para segurar o comboio de merda.


Suava em bicas.





O meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar comigo.
O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que,
pelo menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali.
Tentava-me distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho com uma sanita, tão branca e tão limpa que daria para almoçar nela!




E o papel higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e...oops!
Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do
autocarro e percebi consternado que havia cagado.




Um cocó sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.
Daqueles que dá vontade de ligar para os amigos e parentes e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra! Daria até para a expor no CCB!



Mas, sem dúvida, não neste caso.




Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei-lhe de modo muito sério:



"Olha, caguei-me."
Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a ficar no centro da cidade, onde o autocarro faria escala a meio da viagem, e que me limpasse em algum lugar.



Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo.




"Que se lixe, limpo-me no aeroporto," -pensei - "pior do que estou não fico".


Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita cerimónia ou anunciação, veio a segunda leva de merda.



Desta vez como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e lambuzando o cu, cuecas, barra da camisa, pernas, calças, meias e pés.



Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida,
das que queimam o fofo do freguês ao sair rumo à liberdade.



E, no instante seguinte, um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar...afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado??




Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e eu caguei-me pela quarta vez.
Lembrei-me de um amigo que, certa vez, estava com tanta caganeira que
resolveu pôr um penso higiénico nas cuecas, mas colocou-o com as
linhas adesivas viradas para cima e, quando quis tirá-lo, levou metade dos
pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente.
Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia
ajudar-me a limpar a sujeira.
Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro e a levasse aos sanitários do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta, constatei a falta de papel higiénico em todas as cinco portas.




Olhei para cima e blasfemei:


"Agora chega, Pá!!"



Entrei na última porta, mesmo sem papel, e tirei a roupa toda para
analisar a minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.



Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio de pressa... já tinha feito o "check- in" e disse-me que tinha que ir depressa avisar o voo
para esperarem por nós. Mandou por cima da porta o cartão de embarque e a minha maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte.




Ele tinha-se enganado na mala que eu aguardava e já tinha despachado a
mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pullover de lã com gola em bico. A temperatura em Lisboa nesta altura era de aproximadamente 37 graus.



Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de
algum modo, aproveitáveis.





As minhas cuecas, mandei-as para o lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis, assim como as minhas meias, que mudaram de cor tingidas pela merda.




Aos meus sapatos dava-lhes nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar.




A invenção é filha da necessidade, então transformei uma simples casa de banho pública numa magnífica máquina de lavar.
Virei as calças do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a
parte atingida na água. Comecei a dar ao autoclismo até que o grosso da
merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar.






Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, calças vestidas do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas) e o pullover de gola em bico sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.



Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do
"rapaz que estava na casa de banho" e atravessei todo o corredor até ao meu assento ao lado do meu amigo que sorria.



A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidi não as pedir... e respondi-lhe com uma esforçada cara angélica:




"Nada, obrigado... eu só queria mesmo era esquecer este dia de MERDA!"

sexta-feira, setembro 07, 2007

O cão cagão



É um flagelo que assola as nossas ruas. Rara é a vez que não se anda na rua e têm de se andar a fazer gincanas entre os tortulhos caninos.

Não que eles não tenham direito a defecar as suas necessidades fisiológicas de caracter sólido, mas nós é que não temos de andar a evitar estes resíduos sólidos.

Como se não bastasse isso, se a rua tiver bastantes arvores temos as cagadas dos pássaros, que nos ares e árvores andam com o cagueiro deles a fazer mira.

E quem se lixa? É o transeunte que têm de fugir entre a cagada aérea e a bosta canina.

Assim achei espectacular a ideia que vi hoje e aqui divulgo. Mais interessante ainda seria dar um colher à dona do cão cagão para ela ou limpar ou ...

quinta-feira, setembro 06, 2007

Inglês à Zézé Camarinha

Todos achamos piada ao inglês de praia, também conhecido pelo inglês à Zézé Camarinha onde tiradas como "Puta crime namber faive!", ou "You are here you are eating".
Recentemente ouvi um ministro nosso fazer um eloquente discurso que me deixou de boca aberta. Não duvido da sapiência do mesmo e qualidade em português. Mas já a tradução essa deixava um pouco a desejar.
Tinha por lá algumas pérolas tipo "dish of the day" e que me deixaram estupidificado.
Mas o melhor foi a pronuncia inglesa do ministro, que tinha um British Accent de tal gabarito de certeza que foi adquirido com um qualquer professor de francês.
Então no meio de um inglês de praia com um sotaque britânico que parecia um sotaque dum francês com prisão de ventre e uma sanita à vista, percebeu-se pouco ou nada do discurso.
Mas isso não interessa nada, o que interessa é que se fez um discurso... e em estrangeiro.

quarta-feira, setembro 05, 2007

E os trambolhos?

Nestes dois dias que se passaram no certame, reparei que quase todos os homens repararam nas beldades que por lá passaram, e não foram poucas.
Há no entanto, para se ser justo que referir que também os tramabolhos!!!
E se os havia por lá!!!
Ainda eram alguns. apareceu lá cada camafeu que só apetecia fugir e o mais grave é que além de não terem culpa de nada deverem à beleza, já têm culpa de terem muito mau gosto no vestuário.
Definitivamente folhos e/ou rendas já estão fora de moda.
Por outro lado aquilo não era um casamento para aparecerem por lá com fatos domingueiros na esperança de aparecem em alguma revista do Jet Set.
Alguns dos trambolhos que por lá vi se aparecessem na "Fuças" ou na "Trombas" era uma sorte. Ainda pensei em pedir aos fotógrafos para flasharem um ou dois desses trambolhos engalanados como se fossem um perú a ir para a mesa na véspera de Natal, recomendando essas fotos para o site do Uglypeople.
O que me fez arrepiar caminho nas minhas intenções foi o facto de poder vir a ser responsabilizado pela quebra duma lente ou objectiva.

terça-feira, setembro 04, 2007

Novel cuisine

Ontem tive num jantar onde, após lá estar me vieram dizer que o jantar era de "novel cuisine".
Eu disse logo:
- eh lá, não há cá cuisine para ninguém. Estas novidades francesas comigo não pegam!!!
Afinal lá me explicaram que isso da "novel cuisine" era outra coisa.
Lá descansei, mas não muito porque não se sabe quando é que nos estão a aldrabar.
Acabei por descobrir que novel cuisine em português significa passar fome, comer umas porcarioas vegetais mas fazer um sorriso como se tivesse comido a mais saborosa das iguarias.
Os pratos são enormes, mas para ver o conteúdo é preciso uma lupa, pois práticamente o que se vê é o fundo ao prato.
Acabei por descobrir porque aquilo é um jantar fino. É fino porque se come pouco e assim não se engorda, ajudando a mantermos nos finos, com esse jantar.
O jantar foi nos Jerónimos e a minha sorte foi o Macdonalds do Restelo, senão com tanta finura ia com fome para cama.
Enquanto que nas tascas que frequento se faz galas da quantidade que se come, nestas finuras faz-se gala da fome com que se fica.
Prefiro a barrasquice das minhas tascas a tanta finura.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Jantar fino


Hoje fui a um jantar superfino. O jantar começou bem para mim, recebi logo a distinção de pessoa mais bem vestida, na categoria de pessoas vestidas com calças de ganga.
Talvez o facto de ter sido o único a concorrer, nesta categoria tenha ajudado um pouco.
O melhor veio a seguir, o cardápio foi simplesmente fabuloso. Começou com uma entrade de salada de rúcula com queijo de cabra, nozes e pinhões.
Rúcula???
Mas que raio é isso?
O queijo ainda marchou, as nozes e os pinhões também, se bem que eu esteja habituado a comer os frutos secos como aperitivo a acompanhar um vermute ou outra bebida espirituosa, nunca numa salada.
Como não sou herbivoro, a cena verde (a tal rúcula) ficou de lado, pois sempre me ensinaram que não se deve comer a quem não fomos apresentados. Durante a espera veio-me um odor forte a queijo, pensei que havia uma tábua de queijos por ali perto.
Como estava com fome tentei fazer uma investigação visual, não descobri a dita tábua, mas descobri uma tiazoca que estava com os sapatos semi-descalços, uma mesa à frente, o que me levou a deduzir qual a origem do odor a queijo.
Devo dizer que a tiazoca estava impecávelmente vestida, e nem o buraco no calcanhar da meia opaca ficava mal naquela toallette.
Eis que surge o segundo prato e o meu estomago congratulava-se por finalmente ir ter comida de verdade. Ledo engano.
Surge-me um prato enorme com folhado de salmão com couve de Choucroute, acompanhado de arroz (que mais tarde vim a saber que se chamava arroz selvagem).
Assim que botei o nariz no prato enorme (com uma amostra de comida) senti logo como que um murro no estomago. Aquilo pode ser fino, mas o cheiro deu-me volta ao estomago.
Talvez fosse por isso que se chamava arroz selvagem. O desafio era o arroz aterrar no estomago e depois o desafio era domar o estomago aos pulos com aquela michórdia lá dentro.
O jantar fino estava a correr bem. A entrada tinha sido a meio gás e o primeiro prato tinha sido posto de lado.
A sorte foi o vinho para acalamar a palate.
Eis que surgido no meio das brumas do meu desesperado estomago esfomeado surge o segundo prato: Naco de alcatra sobre nabiças salteadas acompanhado de batatas gratinadas.
Se a carne tinha excelente aspecto (e mais tarde comprovei o excelente paladar, ou então tinha fome mesmo), a quantidade deixou a desejar e as nabiças salteadas eram de todo evitáveis.
Acho que foi uma perseguição herbivera à minha pessoa esse jantar.
A sobremesa não foi má de todo, sericaia com ameixa de elvas.
Saldo: não comi mal mas acabei por passar fome.

domingo, setembro 02, 2007

Será que não as ouvimos?

Venho hoje aqui apresentar um protesto em nome do género masculino da especie humana. Somos frequentemente acusados de não as ouvirmos, que não queremos saber de nada, ..., blá, blá, blá, ...
Ontem a andar de bicicleta vi uma situação no minimo caricata. Estava a pedalar no parque das nações quando vejo vir em sentido contrário ao meu duas jovens que estavam a andar em animada cavaqueira.
Até nada de extraordinário, até porque quando duas mulheres se juntam falam sem parar (não dizem muito, mas isso também é outra história).
À medida que me aproximava vi que falavam as duas animadamente uma com a outra (até aí nada de extraordinário, pois elas conseguem palrar ao mesmo tempo) mas despertou-me a atenção que cada uma delas tinha um leitor de mp3 na mão e que só tinham um dos auriculares colocado nos ouvidos.
O mais engraçado foi que cada um delas tinha o auricular no ouvido que estava ao lado da sua interlocutora, ou seja a da esquerda tinha o auricular no seu ouvido esquerdo e a da direita o seu auricular no ouvido direito.
Ou seja cada uma delas falava, ia a ouvir música mas não estava a ouvir a sua interlocutora.
Ora se nem elas se conseguem ouvir, como é possível que nos cobrem a nós que não as ouvimos?

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