Hoje levantei-me cedo como é normal para poder "enregar" ao serviço antes das 8h 30m (chegar à praia) para bater a costumeira sorna das oito.
Assim que lá cheguei escolhi um sítio meio isolado para evitar o flagelo das famílias na praia com as suas adoráveis crias e estiquei a toalha e pus o sono em dia. Ao fim do bocado acordei com algo a cair-me do cima das pernas.
Olhei à volta e constatei que a margem segurança de areia entre mim e o chapeú de sol do lado não existia. Ou seja mesmo em cima de mim tinha "estacionado" uma familia com três chapéus de sol, onde só faltou vir o cão, pois veio os pais, ambos os avós (coitado do chefe de família que levou pais e sogros, há gente que só vem ao mundo para sofrer), e os 4 adoráveis filhos e uma carrada de esturgia que até parecia que se iam mudar para praia, onde tinham uma quantidade apreciável de cadeiras e geleiras.
Só faltava mesmo era o fogareiro (e vai na volta até lá estava atulhado e eu nem o vi).
Então essa adorável família, como me achou um rapaz simpático, e apanhando-me à traição sentaram-se de tal forma perto de mim que até apanhavam parte da sombra do meu chapéu de sol. O objecto que me caiu em cima das pernas, era a prancha de bodyboard que o adorável filho mais velho (com uns lindos 9 anos, mais ou menos).
Esta atitude irritou-me, e após meio minuto de constatação que apesar de umas das velhas ter visto que a prancha me tinha caído em cima das pernas, ninguém veio pedir desculpa ou tirar-me aquilo de cima, fiz o que é normal fazer-se: sacudi a perna e a prancha saltou de cima de mim e voltou para o dono, mas acertando numa pilha de tralha que estava ali debaixo de um dos chapéus.
A velha vê isso veio logo tirar-me satisfações:
- A prancha estava a fazer alguma mal? (com aquela voz de falsete que as adoradas sogrinhas sabem fazer)
- (olhei a velha de alto a baixo) Não, eu é que estava com frio e usei a prancha como cobertor para as pernas e agora como já está calor estava a devolve-la.
- (nova voz de falsete) Se não consegue estar no meio das pessoas mais valia estar no meio dos animais, esta juventude não têm educação....
- Vocês é que vieram por-se em cima de mim que até a minha sombra está a apanhar toalhas vossas. Eu já cá estava.
- (já a bater o pé e a colocar a mão na anca) Isso é mentira, nós chegámos primeiro...
Aqui confesso, saltou-me a cavilha.... Estava o dia correr tão bem, e vem o estupor da velha moer-me o juizo, quando tinham sido eles que se tinham pespegado em cima de mim...
Aproximei-me dela, e com uma voz calma e baixa como quem lê uma notícia do jornal digo:
- Minha senhora, eu cheguei primeiro e se você não reparou é porque apanhou uma bebedeira a noite passada e hoje ainda está a vapores, pois só isso explica a sua falta de visão e de tacto.
Agora agradeço que se retire até ao seu chapéu de sol, levando parte da tralha que está na minha sombra, porque senão agarro na prancha, armo-me em padeira de Aljubarrota, desato à pranchada (e olhe que não é de foda que estou a falar) e não só eu volto a ganhar o espaço que tinha aqui à volta, como você ganha uma consulta no Hospital mais próximo porque vai ter de ir lá re-arranjar a tromba.
Engoliu em seco, a remoer entredentes uma ladainha qualquer, lá abalou e passei um resto de manhã sossegado sem mais percalços.
Nos três toldos do lado é que foi uma agitação enorme a manhã toda, com gritaria, balburida infantil e afins. O mais engraçado é que perto do meio dia levantou-se um pouco de vento e a velha começou a achar que estava a ficar desagradável, e chateou tanto com isso que o resto da famelga acabou por levantar ferro e abalaram.
Santo domingo....
Assim que lá cheguei escolhi um sítio meio isolado para evitar o flagelo das famílias na praia com as suas adoráveis crias e estiquei a toalha e pus o sono em dia. Ao fim do bocado acordei com algo a cair-me do cima das pernas.
Olhei à volta e constatei que a margem segurança de areia entre mim e o chapeú de sol do lado não existia. Ou seja mesmo em cima de mim tinha "estacionado" uma familia com três chapéus de sol, onde só faltou vir o cão, pois veio os pais, ambos os avós (coitado do chefe de família que levou pais e sogros, há gente que só vem ao mundo para sofrer), e os 4 adoráveis filhos e uma carrada de esturgia que até parecia que se iam mudar para praia, onde tinham uma quantidade apreciável de cadeiras e geleiras.
Só faltava mesmo era o fogareiro (e vai na volta até lá estava atulhado e eu nem o vi).
Então essa adorável família, como me achou um rapaz simpático, e apanhando-me à traição sentaram-se de tal forma perto de mim que até apanhavam parte da sombra do meu chapéu de sol. O objecto que me caiu em cima das pernas, era a prancha de bodyboard que o adorável filho mais velho (com uns lindos 9 anos, mais ou menos).
Esta atitude irritou-me, e após meio minuto de constatação que apesar de umas das velhas ter visto que a prancha me tinha caído em cima das pernas, ninguém veio pedir desculpa ou tirar-me aquilo de cima, fiz o que é normal fazer-se: sacudi a perna e a prancha saltou de cima de mim e voltou para o dono, mas acertando numa pilha de tralha que estava ali debaixo de um dos chapéus.
A velha vê isso veio logo tirar-me satisfações:
- A prancha estava a fazer alguma mal? (com aquela voz de falsete que as adoradas sogrinhas sabem fazer)
- (olhei a velha de alto a baixo) Não, eu é que estava com frio e usei a prancha como cobertor para as pernas e agora como já está calor estava a devolve-la.
- (nova voz de falsete) Se não consegue estar no meio das pessoas mais valia estar no meio dos animais, esta juventude não têm educação....
- Vocês é que vieram por-se em cima de mim que até a minha sombra está a apanhar toalhas vossas. Eu já cá estava.
- (já a bater o pé e a colocar a mão na anca) Isso é mentira, nós chegámos primeiro...
Aqui confesso, saltou-me a cavilha.... Estava o dia correr tão bem, e vem o estupor da velha moer-me o juizo, quando tinham sido eles que se tinham pespegado em cima de mim...
Aproximei-me dela, e com uma voz calma e baixa como quem lê uma notícia do jornal digo:
- Minha senhora, eu cheguei primeiro e se você não reparou é porque apanhou uma bebedeira a noite passada e hoje ainda está a vapores, pois só isso explica a sua falta de visão e de tacto.
Agora agradeço que se retire até ao seu chapéu de sol, levando parte da tralha que está na minha sombra, porque senão agarro na prancha, armo-me em padeira de Aljubarrota, desato à pranchada (e olhe que não é de foda que estou a falar) e não só eu volto a ganhar o espaço que tinha aqui à volta, como você ganha uma consulta no Hospital mais próximo porque vai ter de ir lá re-arranjar a tromba.
Engoliu em seco, a remoer entredentes uma ladainha qualquer, lá abalou e passei um resto de manhã sossegado sem mais percalços.
Nos três toldos do lado é que foi uma agitação enorme a manhã toda, com gritaria, balburida infantil e afins. O mais engraçado é que perto do meio dia levantou-se um pouco de vento e a velha começou a achar que estava a ficar desagradável, e chateou tanto com isso que o resto da famelga acabou por levantar ferro e abalaram.
Santo domingo....
3 comentários:
Viva as famílias e as suas adoráveis criancinhas e avós...
Lol
Rapaz andas mesmo azarado.
Se pegarmos na "família" e a transportarmos para o nosso emprego, temos desse carnaval todo o santo dia e o "rapaz" já deve de estar habituado ao folguedo...Azarado estaria se n tivesse mudado de circo...
Tens toda a razao smille
Enviar um comentário